Atelier - I&D

A criação de um Centro de Arte em Pedra surge na prespectiva de integrar as actividades de inovação e desenvolvimento da Marfilpe, num espaço único onde todo o universo da pedra é apresentado ao público, nas suas diversas dimensões e aplicações.

Nasce assim a unidade Marfilpe Atelier e I&D que em parceria com a Galeria Bozart reúne no mesmo espaço um atelier de escultura, design e outras actividades artesanais, de forma a valorizar os recursos e desperdícios da pedra e desta forma, colocando a empresa a progredir na cadeia de valor do sector. Esta unidade tem também à disposição dos clientes e comunidade científica da região um laboratório de ensaios físicos e mecânicos às pedras e uma galeria de exposições com mediateca.

Funcionando como unidade integrada aberta ao público, é possível encontrar no Atelier exposições permanentes de trabalhos em pedra, escultura, objectos decorativos, mobiliário, exposições em torno da temática da geologia, rochas ornamentais, pedras preciosas e semi-preciosas, projecção de filmes alusivos ao tema e ainda o trabalho do atelier de escultura em funcionamento.

 

 

Exposição patente

Pedra Seca

por Luís Amado

 

“A minha paixão pela escultura despertou, nas Serras de Aire e Candeeiros, caminhando por entre muros de pedra seca, arrumadas, uma a uma, ao longo dos tempos, por mãos calejadas. As formas destas pedras brancas, modeladas pela chuva e pelo vento, sempre me inquietaram. Recolhia uma aqui outra ali e levava-as para casa sem saber bem o que lhes fazer, o que lhes dizer… Até que um dia dei comigo a falar com elas. Um diálogo emotivo e silencioso em que aprendi a respeitar a sua estrutura, a sua intimidade e a aceitar, de vez em quando, as suas sugestões. Assim me fiz “escultor”… Cada um dos trabalhos que apresento nesta exposição é o resultado de um diálogo intenso, que procura preservar a superfície original da pedra, as suas texturas, os musgos e os líquenes que lhe dão cores únicas, enfim, a memória ainda viva da sua própria natureza.”

por Luís Amado

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O Poder e as Pedras - Exposição Permanente

“O Poder e as Pedras, título que escolhi para esta minha primeira exposição individual, justifica uma breve explicação aos visitantes.

Com esta exposição retomo um caminho que interrompi há uns trinta anos, depois de em 1982, ter participado com uma dúzia de trabalhos em pedra, numa mostra coletiva na cidade do Funchal.

Frequentava então, o Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira e tinha como professor o escultor Anjos Teixeira, ” o mestre”, como todos tratavam, um homem generoso e delicado, de formação e gostos convencionais, por quem tinha especial afeto e ternura, de quem escondia as minhas “pedras”, para não chocar. Aquilo não era “escultura” segundo os seus critérios.

Trabalhava-se por isso no jardim de casa, longe da escola, com inefável prazer e realização criativa. Descobria uma linguagem própria que cada nova pedra enriquecia com a sua densidade, a sua textura, a sua pele, os seus cristais, os seus segredos…

Aprendia aos poucos a falar com as pedras e nunca mais iria estar só.

No início, a relação com a matéria, os cheiros, o ruído de vibrações minerais, as cores que se insinuam em cada golpe. Depois o diálogo tenso, naquela intimidade que a ciência reprova e a arte nos exige, sem palavras, sem ideias…Sujeito e objecto apenas, na sua desigual condição…

 A experiência foi tão forte que tive então vontade de abraçar a escultura a tempo inteiro. Contudo, as circunstâncias arrastaram-me para outra vida, outras funções que, com algumas curtas interrupções, me ocuparam intensamente, em particular nos últimos anos. Mas as “pedras” estiveram sempre presentes, como um “vício”… De tal forma que as continuei a recolher nas minhas viagens pelo mundo, para as trabalhar mais tarde, quando a oportunidade surgisse.

Esta exposição é o resultado dessa oportunidade e desse “vício”, que me protegeu do pior de todos os vícios, o vício do poder…”

por Luís Amado

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Pedras da Região

No primeiro semestre de 2015 estiveram expostos no Marfilpe Atelier I&D, uma colectânea de fósseis, minerais, rochas e cerebelos, gentilmente cedidos pelo coleccionador José Teixeira da Minermós.

Na exposição decorrida estiveram presentes diversos tipos de pedras naturais, expostas ao público no seu estado mais puro e delicado.
As pedras da colecção, todas elas encontradas na região de Porto-de-Mós, deliciaram todos os visitantes pela sua componente estética, oriunda única e exclusivamente da sua formação natural.
Estas pedras foram trazidas do centro da natureza, para o centro do seu mundo. E o resultado não podia ter sido mais satisfatório.
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